DECIMAR BIAGINI

DECIMAR BIAGINI
Advogado e Poeta Cruzaltense

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segunda-feira, 9 de maio de 2011

O JULGAMENTO DO POETA

Inicialmente fora ouvido
o delinquente envolvido
Depois veio o ofendido
Daí, o testemunho inquirido

Novamente, o acusado
Para possibilitar a ampla defesa
Ele já estava cansado
Como toda alma muito tempo presa

- Exa! Por que estou algemado?
Qual foi o crime, doutor?
Que eu saiba, só estou condenado
A sofrer as penas de amor

Sempre gostei de mulher bonita
Mas procuro só ganhar as solteiras
Presenteio as prendas com fitas
Do melhor cetim que encontro nas feiras

Faço versos e toco o banjo
Nas noites enluaradas
Poucas quizílias arranjo
Pois fujo das janelas casadas

Me diga então, meu prezado,
Em que enrascada estou metido
Se nada fiz de errado
Acho que trocaram o envolvido...

Tu fostes levado a este juízo
Por razão de uma denúncia
De que por conta do teu improviso
Conquistastes uma leitora jagunça

Ela adentrou no congresso
Como se fosse um mar desmedido
Os deputados estavam a fazer bagunça
Um dep. palhaço fazia piada após seu ingresso
A dita cuja leu em poema tua denúncia
Matou todos, e suicidou-se em protesto!

Doutor, se fiz poesia com fermento
Faltava açucar ou sal antes do fogo
A interpretação gera relativo sentimento
Jamais escrevi por mal, o poema é um jogo

Falando isso, o Poeta foi julgado na sexta-feira
Saiu do presídio mediante escriturado engodo
Escreveu um poema destinado a carcereira
Conquistando-na, ela colocou a mão no fogo

Hoje, após esta trajetória acima rimada
até que o tempo assinale liberdade de expressão
O poeta viverá com sua anistia em Pasárgada
E qualquer coincidência com a realidade, é mera impressão

Decimar Biagini e Marisa Schimidt

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