DECIMAR BIAGINI

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Advogado e Poeta Cruzaltense

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sábado, 11 de setembro de 2010

DOIS IMPROVISOS

O PRESENTE

O menino morava

Em uma comunidade carente

E seu pai trabalhava

Na caridade como servente


Para ele, seu pai era herói

Pois fazia casas à toda gente

"Grandes coisas ele constrói"

Dizia o guri em forma comovente


Um dia seu pai não voltou

Cantaram-lhe a música do boi da cara preta

E então o menino chorou

Dizem na favela que foi por tiro de escopeta


Todo dia o menino pedia

Um presente para o papai noel

Esperava ansioso e não vinha

De repente chegou uma carta em papel

Era um bilhete de seu paizinho

Que havia sido psicografado lá do céu

E então cresceu o menininho

Hoje é delegado criado no morro do Borel

Decimar Biagini

CRUZES

Eu carrego

Tu carregas

Eu te prego

Tu me pregas


Eu te rogo

Tu me rogas

Eu te afogo

Tu me afogas


Em lágrimas

De pecado

E páginas

De arrependimento

No translado

Do entendimento


Decimar Biagini

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