O PRESENTE
O menino morava
Em uma comunidade carente
E seu pai trabalhava
Na caridade como servente
Para ele, seu pai era herói
Pois fazia casas à toda gente
"Grandes coisas ele constrói"
Dizia o guri em forma comovente
Um dia seu pai não voltou
Cantaram-lhe a música do boi da cara preta
E então o menino chorou
Dizem na favela que foi por tiro de escopeta
Todo dia o menino pedia
Um presente para o papai noel
Esperava ansioso e não vinha
De repente chegou uma carta em papel
Era um bilhete de seu paizinho
Que havia sido psicografado lá do céu
E então cresceu o menininho
Hoje é delegado criado no morro do Borel
Decimar Biagini
CRUZES
Eu carrego
Tu carregas
Eu te prego
Tu me pregas
Eu te rogo
Tu me rogas
Eu te afogo
Tu me afogas
Em lágrimas
De pecado
E páginas
De arrependimento
No translado
Do entendimento
Decimar Biagini
Nenhum comentário:
Postar um comentário