DECIMAR BIAGINI

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Advogado e Poeta Cruzaltense

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domingo, 20 de junho de 2010

O ÚLTIMO DESATINO

Em voz baixa e anelante
Ali jazia um poeta amador
Subitamente seu semblante
Mostrava seu grande temor

Fazendo um grande esforço
Pediu para a enfermeira
Que lhe beijasse o pescoço
Ela disse: que besteira
Se ao menos fosse um moço
Mas é um velho sem dinheiro

Ele então treme como em febre
Pede uma caneta e um papel
Seu pensamento corria como lebre
Em poucas linhas fez um cordel

Seu espírito perturbado
Pediu que a moça lesse aquilo
E então, em choro revelado
Juntou à boca do poeta seu mamilo

Decimar Biagini

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