DECIMAR BIAGINI

DECIMAR BIAGINI
Advogado e Poeta Cruzaltense

Entre em contato com o advogado Decimar Biagini

Nome

E-mail *

Mensagem *

sábado, 13 de março de 2010

A RUÍNA DO REI E O CASTELO DE VERSOS

- Deixe o candelabro aceso quando sair!

Disse o Rei sábio após a derrota na batalha

Parecia querer ver luz antes de seu império cair

Seu sangue nobre exauria no corte da navalha


Veio o bobo da corte e tentou alegrá-lo

Contou piadas inconvenientes sobre a morte

Pela primeira vez o Rei não desejou matá-lo

Tudo que pensava naquele momento era na corte


- De que vale tudo isso que conquistei?

Perguntava o então derrotado rei

- Após este mundo, que chão pisarei?

Refletia sobre a vida e sua dura lei


Por um momento, após dispensar a vassalagem

Empreendeu seu último suspiro antes da cegueira

Lembrou das lutas, das vitórias em cada viagem

Das virgens tomadas e da vida que passou ligeira


- Por que não usei da diplomacia para fazer concessões?

Pensou então o nobre como se arrependido de tudo

- Seria tudo mais fácil se não fossem minhas ambições!!!

Então em sua última reflexão, um zumbido o deixou surdo


Tudo que restou foi o olfato, então sentiu o cheiro da morte

Era tipo enxofre com fosfato, ali então se sentiu mais forte


Segurou então junto a uma fina malha, uma cintilante cruz

Lutou com ela em sua última batalha, foi então que viu uma luz


Não, não era Deus na janela, esse já o tinha entregado ao diabo

Era apenas a luz das velas, distribuídas no dourado candelabro


Decimar Biagini
13/03/2010

Nenhum comentário:

Qual tema nos poemas mais te atrai?