DECIMAR BIAGINI

DECIMAR BIAGINI
Advogado e Poeta Cruzaltense

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terça-feira, 27 de outubro de 2009

GÊNESE POÉTICA


GÊNESE POÉTICA I

Revendo em meus anais literários
Acho que o interesse em escrever
Foi decorrente de meu abcdário
Mas tirando a piada, vou lhes dizer

Meu pai, nobre professor e bibliotecário
Deixava-me entrar na biblioteca no recreio
Naquele mundo de sonhos e vivências
E eu me aventurava na leitura ao meio

Jamais completei algum livro que fosse
Minha curiosidade parecia prever o final
Não digo que era um gênio, assim fosse

Então comecei a fazer contos e roteiros
Na rua, eu fazia redação de jornais e filmes
Captaneva os vizinhos, para os entreveiros

Decimar Biagini

GÊNESE POÉTICA II

Na adolescência fui morar em Ouro Preto
Após o témino do segundo grau
Acostumado com churrasco no espeto
Foi difícil querer queijo minas frescal

Terra de montes, igrejas, café e escravidão
Tiradentes, Aleijadinho, quanta inspiração
Pré-vestibular, estudo e festa em resumo
"Ê trem bão" a República "Nau Sem Rumo"

Lá também escrevi algumas coisas, na arte de poetar
Mas um belo dia, numa das minhas farras
Perdi meu caderninho, que guardava com minhas garras

E com tantas confusões, por óbvio, rodei no vestibular
Peguei minhas coisas, me despedi de minha prima
E da minha tia em Mariana, e voltei para a terra do chima

Decimar Biagini

GÊNESE POÉTICA III

No retorno para minha terra Natal
Fiz faculdade de direito e passei num concurso
Foi uma vida de luta sem igual
Do trabalho para a faculdade, lendo no percurso

A Prefeitura era perto da minha cidade
Mas o acesso era pela estrade de chão
Lá tinha mato, pássaros, àgua a vontade
Boa Vista do Cadeado, um lugar de inspiração

Quando chegava na faculdade
Transformava-me em representante de turma
Lá lutava por justiça e igualdade

Brigava por ônibus, professores e poda da guanxuma
Chegava em casa e redigia trabalhos para vender
Cada aluno era escrito num estilo, o tema era só escolher

Decimar Biagini

GÊNESE POÉTICA IV

Depois de formado, eis a indecisão
Hora de estudar para a ordem dos advogados
Falei com o prefeito e pedi exoneração
Despedida dos amigos, cursinho e dias trancado

Veio primeira fase, segunda e a carteira estava na mão
Peguei minhas coisas e fui rumo ao Rio de Janeiro
Um gaúcho perdido num Cartão Postal, que vidão
Morei com nova família, a mesma do povo mineiro

Tratei de fazer pós graduação e curtir a praia
O pessoal da academia, do vôlei, férias o ano inteiro
Vi muita celebridade, só não vi a Cláudia Raia

Foi que bateu a saudade do sul, incentivado por um amor virtual
Peguei minhas malas, voltei para o Rio Grande, morar na Capital
Morei um ano, trabalhei em escritório grande, e este me demitiu no hospital

Decimar Biagini

GÊNESE POÉTICA V

VOLTEI À TERRA ONDE NASCI
FIZ DA PANELINHA MEU PEDESTAL
LÁ NAS CAPITAIS EU ME PERDI
AQUI ME REENCONTREI SEM IGUAL

ISSO POR MAIS QUE SE ANDE
MAIS DO QUE O VERSO SE EXPANDE
NA COMUNA DESSA TERRA
TODA ALMA SOLTA SE ENCERRA

BENDITA ÁGUA DA FONTE
QUE ME TROUXE DE VOLTA
DAQUELES MONTES

SEM TRAZER REVOLTA
APENAS AMOR PELO RIO GRANDE
A FINALIZAR O SONETO NAQUELE INSTANTE

Decimar Biagini

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