Quando você chega
Vejo o poema em movimento
E então se aconchega
Abraçando-me com grande alento
Meu orgulho se apequena
Abrem-se as portas com o soprar do vento
Percebo então a luz serena
Diante dela curvo-me em pleno contentamento
Quando você se vai, é outra cena
Tão logo sai, me arrebento
Então tomo meu mate, e o peito se queima
As portas se fecham com o vento
Sinto o amargo da saudade
Ouço o silenciar de quem teima
Em fingir ser independente
Uma incompletude que cria um dilema
Distancio-me do amor para não sofrer tão duramente?
Ou convido-o para que resida comigo para sempre?
Abdicando de momentos só meus
Que até então valiam tanto
Numa ânsia de também serem seus
Ser sozinho já não trás aquele encanto
Decimar Biagini, 23 de fevereiro
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